segunda-feira, 3 de maio de 2010

O que é e o que NÃO é um plano de Cargos e Carreiras

Olha, tem tanta gente falando e escrevendo sobre Plano de Carreira, Planejamento de Carreira, mas numa superficialidade tão grande que me motiva a escrever um pouco sobre o que tenho visto e aprendido nestes últimos anos.

Inicio convidando para uma reflexão. Pode alguém ser feliz num ambiente de trabalho onde não haja reais perspectivas de crescimento profissional? Será que o trabalho desenvolvido num ambiente onde a avaliação de desempenho é totalmente arbitrária, será um trabalho de qualidade, criativo e gratificante? Será que a saúde física e mental de um trabalhador será boa num local onde os seus erros pesam mais que os seus acertos?

A resposta para todas as perguntas acima é NÃO! Um ambiente de trabalho assim efetivamente modifica o trabalhador de forma contundente. Destrói seus valores, faz nascer nele uma amargura profunda, inibe a sua iniciativa e o transforma em um combatente pela manutenção diária do seu posto de trabalho, exclusivamente.

Nesta perspectiva, associar o trabalho a um conjunto de atividades nobres, edificantes, engrandecedoras da natureza humana fica muito difícil para o trabalhador submetido a um ambiente organizacional num estágio maturidade tão primário.

Será mais fácil para o profissional exposto a estas condições de trabalho comparar o seu dia-a-dia a uma guerra fratricida, situação extrema onde a espionagem, a contra-informação, as mentiras e outros sórdidos ardis são também justificados pela necessidade de sobrevivência.

Cores fortes para um neófito? Cenário desmotivante para alguém que está pensando em começar a participar do chamado mercado de trabalho? Mas a mensagem final aqui é otimista, já que este ambiente tende a ser banido. Inicialmente nas empresas, e em ritmo lento, mas progressivo, nos órgãos públicos nacionais.

A triste constatação é que esse cenário ainda será vivenciado por alguns milhões de pessoas ainda por um tempo nas administrações públicas municipais. Falamos especificamente das prefeituras brasileiras.

Numa conta simplificada, temos hoje aproximadamente cinco mil municípios (O Brasil tinha em 2005 um total de 10,7% de seus trabalhadores ocupados no setor público. Em 1995, esse percentual era de 11,3%.

Segundo o IBGE, em 2005, as prefeituras contavam com 4.767.602 servidores (na administração direta e indireta) e aí podemos ter a dimensão da gravidade do problema a resolver.

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